Data: 12-04-2012
Criterio: B1ab(iii,iv,v)+2ab(iii,iv,v)
Avaliador: Maria Marta V. de Moraes
Revisor: Tainan Messina
Analista(s) de Dados: CNCFlora
Analista(s) SIG:
Especialista(s):
Justificativa
A espécieocorre em Goiás e no Distrito Federal. Apresenta EOO de 4.397,67 km², AOO de 32 km² e está sujeita a menos de cinco situações de ameaça. Planta ornamental, bulbosa, terrícola,habita o Cerrado de maneira isolada, com poucos indivíduos. Segundo informaçãodisponível, vem sofrendo com a perda e degradação de seu habitat, queculminou com o declínio contínuo de EOO, AOO, qualidade de habitat, número de subpopulações e indivíduos maduros. Oacentuado crescimento da cidade de Brasília, no centro de sua distribuição, pressiona severamente os Cerrados do entorno. Várias áreas que mantinham remanescentes significativos devegetação nativa desde a fundação da capital desapareceram nos últimos anos, econtinuam desaparecendo rapidamente. A outra região de ocorrência, em Cristalina,o município que mais cresce no estado de Goiás, vem perdendo sua vegetaçãonativa para a agricultura, pecuária, mineração e garimpo, além do turismo.
Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.
Nome válido: Hippeastrum stapfianum (Kraenzl.) R.S.Oliveira & Dutilh;
Família: Amaryllidaceae
Sinônimos:
Descrita originalmente na obra Taxon, 46: 17 (1997), a espécie é morfologicamente semelhante a H. solandriflorum por compartilharem bulbos e folhas de formato muito semelhantes. Ravenna (1974) relatou essa semelhança, evidenciando a dificuldade em se separar estes dois táxons. Amaral (2007) distinguiu H. solandriflorum de H. goianum pelo fato da primeira espécie apresentar flores de 22-24 cm de comprimento, tépalas com 12-13,5 cm de comprimento e tubo do perigônio. Dutilh (com. pess.) afirma que H. solandriflorum apresenta variações morfológicas no tamanho das flores e em sua distribuição geográfica.
A espécie apresenta valor valor no mercado de plantas bulbosas ornamentais (Dutilh, 2005).
Segundo Amaral (2007), as subpopulações de H. goianum ocorrem de maneira isolada, com poucos indivíduos. Entretanto, parece ser a espécie de Amaryllidaceae mais comum encontrada no DF, uma vez que foi registrada em cerca de 50% das regiões administrativas da região (Amaral, 2007).
A espécie é endêmica o Brasil, ocorrendo em Goiás e no Distrito Federal (Amaral, 2007; Dutilh; Oliveira, 2012).
Planta herbácea, bulbosa (Dutilh, 2005), terrícola e heliófila (Biodiversitas, 2005; Dutilh; Oliveira, 2012), ocorrendo em áreas de Campo Sujo e Cerrado, normalmente sobre latossolos e mais raramente, próximas a cursos d'água (Amaral, 2007). Registrada somente no domínio fitogeográfico Cerrado (Dutilh; Oliveira, 2012), pode ser encontrada com flores e frutos entre os meses de julho e dezembro (Amaral, 2007). Amaral (2007) sugere que a ocorrência de H. goianum parece estar intimamente ligada a ocorrência de queimadas, uma vez que a maioria das coletas realizadas durante o levantamento foram efetuadas em locais recentemente queimados.
1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Severidade
high
Detalhes
Em relatório da UNESCO (2000) relata que em apenas 44 anos (avaliação de 1954 a 1998), o DF perdeu 57,6% da sua cobertura vegetal e que o Cerrado é a fitofisionomia mais atingida, com 73,8% de perdas (Batista; Bianchetti, 2003).
1.2.1.2 National level
Situação: on going
Observações: A espécie consta no Anexo II da Instrução Normativa nº6 de 23 de setembro de 2008 (MMA, 2008), sendo, portanto, considerada "Deficiente de dados". Foi considerada "Em perigo" (EN) em avaliação de risco de extinção empreendida pela Fundação Biodiversitas (Biodiversitas, 2005).
4.4 Protected areas
Situação: on going
Observações: A espécie parece estar protegida em sua área core de distribuição. Ocorre na região da APA Cafuringa (Biodiversitas, 2005), Reserva Ecológica IBGE, Jardim Botânico de Brasilia, RPPN Fazenda Água Limpa e Parque Nacional de Brasília (Amaral, 2007).
- DUTILH, J.H.A. Ornamental bulbous plants of Brazil. Acta Hort, v. 683, 2005.
- DUTILH, J.H.A.; OLIVEIRA, R.S. Amaryllidaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB015454>.
- FUNDAÇÃO BIODIVERSITAS. Revisão da lista da flora brasileira ameaçada de extinção. Belo Horizonte, MG: FUNDAÇÃO BIODIVERSITAS PARA A CONSERVAÇÃO DA NATUREZA, 2005.
- MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Instrução Normativa n. 6, de 23 de setembro de 2008. Espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção e com deficiência de dados, Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 24 set. 2008. Seção 1, p.75-83, 2008.
- ANDRIELLE CÂMARA AMARAL. Amaryllidaceae Jaume St.-Hil.: levantamento das epécies do Distrito Federal, Brasil, e estudos de multiplicação in vitro. Brasília, DF: Universidade de Brasília, 2007.
- RAVENNA, P. Contributions to South American Amaryllidaceae: 6. Pl. Life, v. 30, n. 1-4, p. 29-79, 1974.
- BATISTA, J.A.N.; BIANCHETTI, L.D. B. Lista atualizada das Orchidaceae do Distrito Federa. Acta Botanica Brasilica, v. 17, n. 2, p. 183-201, 2003.
- DUTILH, J.H.A. Comunicação da especialista Julie H. A. Dutilh, do Departamento de Botânica da Universidade Estadual de Campinas, para o analista Eduardo Fernandez, pesquisador do CNCFlora, São Paulo, SP, 2012.
CNCFlora. Hippeastrum goianum in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora.
Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Hippeastrum goianum
>. Acesso em .
Última edição por CNCFlora em 12/04/2012 - 13:37:02